Mananciais são todas as fontes de água, superficiais (lagos, nascentes de rios, represas, etc) ou subterrâneas (lençois freáticos ou poços) que podem ser utilizadas para o abastecimento público, de modo que os cuidados preventivos inerentes ao processo de captação de água nesses locais são de suma importância para a qualidade da água no final de todo o processo de tratamento realizado nas unidades subsequentes.
A Estação de Tratamento de Água de Paragominas realiza a captação de água do rio Uraim para o abastecimento público do município. A captação é feita através de conjuntos elevatórios submersíveis de eixo vertical, cujas bombas são instaladas em um poço de sucção alimentado pelo rio através do canal de aproximação. Esses conjuntos estão abrigados na casa de bombas. O poço de sucção conta com grades de barras para retenção de sólidos grosseiros e stop logs de vedação.
A vazão do rio Uraim é de 20.000 L/s , enquanto o volume de água captada é de apenas 180L/s. Esses dados comprovam a existência de um balanço hídrico e garatem a segurança do equilibrio do manancial com a atividade de captação.
Com uma área de 4.9 Km² a bacia hidrográfica do Rio Uraim ocupa 21,75% da área total do município de Paragominas e possui vinte e sete rios que deságuam em seu leito e contribuem para formação da vazão média anual de 268.423,35 m³/h.
De sua nascente até a sua foz, ele possui 202 km de extensão pelo leito do rio e 131,5 km de extensão em linha reta. (SEMMA, 2005). O Rio Uraim banha a sede do município à noroeste e é caracterizado como de quinta ordem na hierarquia fluvial pelo fato de ser tributário pela esquerda da malha hidrográfica do Rio Gurupi.
Uma grande porção da malha urbana de Paragominas é cortada pelo Rio Uraim, assim a população tem uma relação de maior proximidade e necessidade de uso desse recurso para os mais variados fins. Neste caso, é de extrema importância a realização de um monitoramento, com a finalidade de evitar a deposição de resíduos domésticos e/ou o lançamento de efluentes industriais sem tratamento às suas margens.
Nos pontos onde as características originais foram pouco afetadas, encontram-se representantes da mata ciliar original tais como: buritizeiros, faveiras, açaizeiros, aningas e outros. Nas áreas onde as características originais foram moderadamente alteradas, a vegetação apresenta-se pouco espessa, porém com alguns resquícios de seus representantes naturais (faveiras, açaizeiros), ainda portando entre 05 e 15 metros de altura. Nessas áreas já é evidente a introdução de inúmeras espécies exógenas.
Resumidamente, o Rio Uraim é essencial para o desenvolvimento dos serviços de saneamento realizados no município, uma vez que viabiliza a captação da água para o abastecimento público, assim como o lançamento dos efluentes domésticos tratados nas estações. Desse modo, as ações preventivas e os cuidados com este corpo hídrico representam, além de uma atitude sustentável e consciente com o meio ambiente, um ato fundamental para o desenvolvimento da sociedade de Paragominas, com qualidade de vida e bem- estar.
A Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Uraim foi constituída pela Lei Municipal n° 598/2006, com base nas Leis Federais nº 6.902/81, 6.938/81 e 9985/00, onde se regulamenta o uso e ocupação do solo às suas margens e o exercício de atividades pelo setor público e privado.
Os limites da área de proteção estão definidos conforme a Lei Federal nº 4.771/65, a qual corresponde a sua micro bacia hidrográfica, que compreende desde a nascente, localizada na fazenda Nascente do Uraim, até sua foz no Rio Gurupi. Com o objetivo de conservação do patrimônio ambiental, representado pelo valor cênico da paisagem, pela conservação da fauna e flora regionais e ainda pela proteção do manancial hídrico utilizado para o abastecimento público, envolvendo a região de cabeceira do principal curso d’água do município, além do controle das pressões urbanizadoras e das atividades agrícolas e industriais, compatibilizando as atividades econômicas e sociais com a conservação dos recursos naturais, com ênfase no desenvolvimento sustentável.
Para tanto, constituem-se como diretrizes gerais para efetivação do alcance dos objetivos de criação da APA:
I - A adoção de medidas que visem garantir a qualidade e quantidade deste recurso hídrico para o futuro da região;
II - A preservação dos remanescentes de mata nativa, bem como a proteção das faixas de preservação permanente e a recuperação das matas ciliares;
III - A proteção das várzeas, consideradas de preservação permanente, onde nenhuma interferência poderá ser efetuada sem autorização prévia, expedida pelos órgãos competentes.
O processo convencional de tratamento de água da ETA Uraim é dividido em fases. Cada uma delas passa por um rígido controle de dosagem de produtos químicos e monitoramento constante para tratar a água e obter resultados dentro dos padrões de qualidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Logo abaixo estão descritas as etapas do tratamento realizado na estação.
O desdobramento das etapas demonstradas promove a remoção de 100 % do material sólido dissolvido. A utilização de cloro no processo de desinfecção é extremamente importante para se obter a redução das doenças provocadas pela água contaminada.
Nesta etapa do tratamento, após a captação da água bruta é realizada a adição de cal hidratada feita na calha Parshall; como a finalidade de elevar o PH da água e possibilitar as demais fases do tratamento.
Após a adição dos coagulantes, as partículas em suspensão se tornam pequenos flocos, decantando posteriormente. Na ETA Uraim esse processo é realizado em duas unidades mecanizadas.
Nesta etapa a água passa lentamente pelos decantadores, permanecendo assim de duas a três horas. Este processo facilita que os flocos de impurezas afundem por gravidade, preparando assim a água sobrenadante para filtração.
Após passar pelos decantadores a água vai para os filtros, onde são retidas as impurezas que permaneceram na água durante o processo de decantação. A filtração na ETA, ocorre em quatro unidades do tipo rápido.
É realizada ainda uma última adição de cloro no líquido antes de sua saída da Estação de Tratamento. O processo de desinfecção tem a finalidade de isentar a água tratada na estação de bactérias e vírus, promovendo segurança e qualidade do produto final que chega à casa dos consumidores.